Pacientes com doença renal crônica podem apresentar concentrações elevadas de fósforo no sangue (hiperfosfatemia) e este problema é comum principalmente nos indivíduos que estão em tratamento dialítico (hemodiálise ou dilálise peritoneal), pois estes métodos não são tão eficientes como os rins funcionantes, que eliminam pela urina todo o excesso de fósforo do sangue. Prevenir ou tratar a hiperfosfatemia é fundamental já que essa complicação está relacionada a vários problemas que podem comprometer a qualidade de vida e aumentar o risco de doenças do coração, dos ossos e até de morte. A diminuição na ingestão de alimentos que são ricos em fósforo é uma das principais formas de controlar a hiperfosfatemia.
O fósforo está presente nos alimentos tanto na sua forma natural como na forma de aditivos, adicionados durante o processamento dos produtos alimentícios. Em sua forma natural, ele está presente em maiores quantidades nos alimentos que são também fontes importantes de proteínas como carnes, ovos e laticínios. Por este motivo, estes alimentos não podem ser totalmente retirados da alimentação, porém as quantidades devem ser adequadas de acordo com a necessidade nutricional de cada um. Já os alimentos que contêm fósforo adicionado, os aditivos à base de fósforo, podem e devem ser evitados por pacientes com este problema e isso não trará prejuízo ao estado nutricional. Porém, como não há a obrigatoriedade que os rótulos dos alimentos informem a quantidade de fósforo contida nos mesmos, tanto profissionais de saúde como pacientes acabam não tendo esta importante informação.
Este fato motivou o desenvolvimento de um portal na internet com informações sobre os aditivos de fósforo contidos em produtos alimentícios, que foi o tema do mestrado da nutricionista Giovanna Sertori, sob orientação da Profª Drª Lilian Cuppari, da Universidade Federal de São Paulo. De acordo com as pesquisadoras, apesar de não ser possível conhecer a quantidade de fósforo presente nos alimentos, as indústrias são obrigadas a declarar os aditivos alimentares adicionados como parte da lista de ingredientes. No entanto, a visualização dos aditivos nos rótulos das embalagens é dificultada tanto pelo tamanho da letra utilizada, como pelo fato de que o ingrediente pode estar descrito na forma de código. Além disso, os nomes das substâncias químicas são de difícil compreensão.
Para a realização da pesquisa, foram verificados 2795 produtos alimentícos de aproximadamente 30 marcas diferentes. Do total de produtos verificados, 794 (28,4%) possuíam aditivo à base de fósforo declarado no rótulo. Os aditivos mais encontrados foram fosfato tricálcico, tripolifosfato de sódio, pirofosfato ácido de sódio e polifosfato de sódio.
Os resultados evidenciaram que os aditivos à base de fósforo estavam presentes em praticamente todos os produtos do grupo dos embutidos, em aproximadamente metade dos que fazem parte dos grupos das carnes congeladas/processadas e dos biscoitos e produtos de padaria (Figura).
Figura. Frequência de produtos com aditivos de fósforo de acordo com os grupos.
Com base nestas informações, o portal na Internet foi criado e o endereço é www.fosforo.nut.epm.br
A busca pelos produtos no portal pode ser realizada por meio da seleção do grupo e subgrupo do qual o alimento pertence ou digitando parte do nome do produto que se deseja buscar. Encontrando o produto desejado é possível visualizar a informação. A nutricionista ainda ressalta que uma parte do portal possibilita aos nutricionistas enviarem informações de produtos alimentícios que ainda não foram incluídos, ampliando assim o número de produtos disponíveis para consulta.
Por: Fabiana Baggio Nerbass – Nutricionista – CRN10 937
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