O Dia de Finados é um momento especial para muitas famílias. Refletir sobre a vida e a morte, sobre a sociedade e sobre como ver o mundo. Lembrar do parente querido que se foi e homenageá-lo. Em alguns países, como no México, é um momento de festa. Lá a família costuma fazer a comida que o parente mais gostava. Usam máscaras e roupas que lembram a morte. A caveira está presente nas ruas, assim como lindos arranjos de flores. A celebração, independente do lugar, traz sentimentos de saudades, de amor, carinho e uma proximidade com Deus. O momento também pode ser de agradecimento.
Muitas pessoas desconhecidas e famílias solidárias tiveram, no momento mais difícil, um ato altruísta, de total amor à vida, e doaram os órgãos do parente querido que teve o diagnóstico de morte cerebral. Os catarinenses são solidários e ajudam a melhorar a vida de muitas pessoas que estão em risco de vida por não ter a função adequada do fígado, pâncreas, coração ou necessitarem de uma máquina de diálise para manter a vida. Além disso, podem ajudar as pessoas a ver o mundo de novo com o transplante de córnea. Muitos outros benefícios podem acontecer a outras pessoas.
O dia da doação é muito difícil para a família, pela perda, mas também é um momento que traz a possibilidade de dar vida. A recusa familiar continua sendo um dos principais motivos para não ocorrer a doação dos órgãos do paciente que teve o diagnóstico de morte. A razão principal é o desconhecimento, a insegurança, o medo da retirada dos órgãos desconfigurar o paciente, o que não acontece, e especialmente por não conversar em casa com o parente antes do momento tão doloroso. Quando colocamos em casa esta questão, em uma reunião familiar, no almoço de domingo, todos sabemos o desejo de cada um e não precisamos decidir a doação naquele dia tão difícil, de perda. A grande maioria das pessoas quer doar quando a morte chegar. Querem fazer um ato de amor à vida.
No Brasil, mais de 4.000 transplantes renais são realizados anualmente. Somos o terceiro maior país em número de transplantes no mundo. São muitos pacientes sem precisar fazer hemodiálise. Este ano, completamos mil transplantes na nossa história em Joinville. São pacientes de todos os lugares do Brasil. A mudança de qualidade de vida é visível. O paciente renal, quando realiza um transplante e vai para casa com o seu novo rim, pode tomar água e comer o que gosta. Ele sorri diferente. Sorri porque pode tomar um copo de água. Sorri porque não precisa fazer hemodiálise. Sorri porque pode ir viajar. Sorri para a vida.
Espero que este dia de finados seja um dia de relembrar, homenagear e agradecer todos os heróis desconhecidos que trouxeram vida nova a muitas pessoas.
Obrigado!
Por: Dr. Dr. Marcos Alexandre Vieira – Médico Nefrologista – CRM/SC 9.581
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