Na semana do Dia Mundial da Saúde, um alerta para os efeitos da dengue nos rins
Pacientes renais necessitam de atenção, especialmente com a hidratação
Na semana em que lembramos do Dia Mundial da Saúde (07 de abril) e quando municípios catarinenses já registram epidemia de dengue, mortes e altos índices de infectados com a doença, destacamos os riscos de um paciente renal crônico contrair o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypt. Além disso, há possibilidade de qualquer pessoa que não seja paciente renal vir a ter complicações relacionadas aos rins, caso seja acometido com a dengue.
Nos casos de pessoas sem qualquer problema renal, a dengue pode trazer consequências futuras para os rins. Segundo o médico nefrologista e presidente da Fundação Pró-Rim, dr. Marcos Vieira, uma pessoa com dengue “pode desenvolver uma doença leve ou ter complicações maiores, uma delas é a injúria renal aguda ou IRA. Geralmente a IRA acomete os pacientes que necessitam de internação hospitalar em virtude da infecção e a necessidade de diálise aumenta o risco naqueles pacientes que precisam de internação em UTI”.
Os principais fatores de risco para desenvolver uma injúria renal por dengue são idade avançada, febre hemorrágica, diabetes mellitus, obesidade, doença renal crônica prévia, sexo masculino e lesões musculares chamada de rabdomiólise. “Quanto mais grave o quadro maior as chances de os rins também terem danos, alerta o dr. Marcos.
Para aqueles que já são pacientes renais crônicos, a maior preocupação é com a hidratação, já que para o tratamento da dengue é preciso uma ingestão maior de água. O médico nefrologista explica que nesses casos é necessário “ter um acompanhamento em leito de observação, realização de exames laboratoriais e hidratação sob monitoramento em virtude dos pacientes em grande parte terem ausência ou redução da capacidade de urinar”.
Nesses casos ainda deve ser feita reavaliação clínica e laboratorial até a estabilização da pressão arterial, ausência de febre e melhora dos exames de plaquetas e hematócrito. “Os critérios de permanência hospitalar serão definidos pela avaliação do médico”, reforça o especialista.
Acompanhe abaixo a entrevista completa com o presidente da Fundação Pró-Rim, dr. Marcos Vieira.
Na semana do Dia Mundial da Saúde, um alerta para os efeitos da dengue nos rins
Dr. Marcos Vieira: A dengue é uma doença viral transmitida por um mosquito Aedes aegypt. Pode desenvolver uma doença leve ou ter complicações maiores, uma delas é a injúria renal aguda ou IRA. Geralmente a IRA acomete os pacientes que necessitam de internação hospitalar em virtude da infecção e a necessidade de diálise aumenta o risco naqueles pacientes que precisam de internação em UTI. Os fatores de risco de injúria renal por dengue são idade avançada, febre hemorrágica, diabetes mellitus, obesidade, doença renal crônica prévia, sexo masculino e lesões musculares chamada de rabdomiólise. Quanto mais grave o quadro maior as chances de os rins também terem danos.
Dr. Marcos: O risco de contrair a dengue está na exposição ao mosquito vetor que é a fêmea do Aedes aegypt. Por isso a importância de ações para evitar água parada e lixo na casa e vizinhança. Quem tem doença renal crônica e não faz hemodiálise tem maior risco de perda de função renal e necessidade de terapia dialítica, em especial quando o caso é mais grave.
Dr. Marcos: Sim, febre alta, dor de cabeça, dor retro orbital (atrás dos olhos), cansaço intenso, dor muscular, conjuntivite sem secreção. Alguns sinais de alerta são importantes como sangramento, dor abdominal intensa, hipotermia, desconforto respiratório, queda no número de plaquetas no exame laboratorial e queda da pressão arterial.
Dr. Marcos: De um modo geral a dengue é uma doença infecciosa que após repouso e cuidados, os sinais e sintomas tendem a melhorar. A doença renal crônica entra no grupo que exige cuidado diferenciado, pois tem maior risco e, assim, atenção no período de recuperação.
Dr. Marcos: Geralmente os pacientes tem acompanhamento em leito de observação, realizam exames laboratoriais e hidratação sob monitoramento em virtude dos pacientes em grande parte terem ausência ou redução da capacidade de urinar. A reavaliação clínica e laboratorial é realizada até a estabilização da pressão arterial, ausência de febre e melhora dos exames de plaquetas e hematócrito. Os critérios de permanência hospitalar serão definidos pela avaliação do médico.
Dr. Marcos: A orientação é de cuidados preventivos, eliminem fatores de risco nas suas casas como focos de proliferação do mosquito como água parada, conversem com seus vizinhos e amigos, usem repelente quando expostos, roupas compridas para evitar exposição e telas nas janelas das casas quando possível.
Dr. Marcos: A Dengvaxia é aprovada pela ANVISA. Esta vacina só pode ser utilizada por quem JÁ TEVE dengue. A vacinação contra dengue não deve ser feita em pacientes imunossuprimidos, isto é, com as defesas comprometidas, como transplantados. A avaliação médica em doentes renais crônicos não transplantados deve ser realizada conforme quadro clínico.
No último mês de março, a ANVISA aprovou o registro de uma nova vacina para prevenção da dengue, chamada Qdenga. Ela é composta por diferentes sorotipos do vírus causador da doença, conferindo maior proteção contra a dengue. Será possível o uso em pessoas entre 4 e 60 anos. Ainda se aguarda mais esclarecimentos quanto ao uso da vacina recém liberada.
Dr. Marcos: Pacientes renais tem maior risco de casos graves quando discutimos a dengue. Pode ser sugerido que no início dos sintomas de febre alta, poliartralgia e suspeita de Chikungunya ou outras doenças como febre amarela. A busca precoce por uma avaliação em uma unidade de pronto atendimento é importante.
Josi Tromm Geisler — Comunicação Pró-Rim
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