Há 8 anos nascia Nicole Issis da Rocha, a primeira filha de Suzana e Thiarles. A família vivia em Joinville e fazia planos como qualquer outra. Nicole crescia saudável e se desenvolvia bem.
Mas, após seu primeiro aninho de vida tudo mudou. Nicole ficou muito doente. Suzana lembra que a filha começou a inchar no rosto, barriga e pernas. Às pressas foi levada ao pronto socorro, passou por uma consulta médica e foi internada. Depois de fazer alguns exames Nicole foi diagnosticada com síndrome nefrótica e uma lesão em um dos rins.
Aquele era o princípio de uma luta sem data para acabar. Depois de passar vários dias internada Nicole recebeu alta e começou um tratamento específico para a Síndrome com o uso de medicação.
Sou uma criança que aceitou o tratamento
A família cresceu. Foi morar em Curitibanos e Nicole ganhou dois irmãozinhos, enquanto a mãe Suzana se dedicava no cuidado da casa, dos filhos e em acompanhar a filha que passou a ser atendida em Florianópolis: “Às vezes eu tinha que trancar o quarto da Nicole e deixar meus outros dois chorando na porta”, desabafa Suzana.
De 2005 a 2012 foi assim, até que a segunda pior notícia foi dada. Os rins da menina haviam parado de funcionar, fazendo com que ela tivesse uma forte crise e baixa da imunidade. A primeira sessão de diálise foi feita no dia 4 de março e depois de uma melhora Nicole foi para casa, onde começou a dura rotina de se conectar a uma máquina durante 14 horas por dia para o tratamento da diálise peritoneal.
Durante, praticamente, 6 anos Nicole continuava estudando e tentando ter uma vida que se aproximasse ao máximo de uma criança com a mesma idade, embora fosse quase impossível.
Em novembro de 2012 Nicole entrou na fila de espera da Central de Captação de Órgãos de Santa Catarina. O ambulatório de preparo para transplante escolhido foi a Pró-Rim de Joinville: “Tínhamos boas referências da Fundação e como já conhecíamos o trabalho ficamos tranquilos e acreditamos na equipe”
Mesmo na fila e com toda assistência era difícil, “muito”, como destaca Suzana ver a filha tantas horas conectada a uma máquina. Mas Nicole nunca desistiu, não reclamava de nada e foi a força dela que nutriu toda a família para que tivessem esperanças por um transplante breve. E aconteceu, antes dos 6 meses previstos pela Central a família recebeu a terceira notícia, desta vez a melhor em tanto tempo de sofrimento e angústia. Nicole iria receber um rim novo.
Sou uma criança transplantada
Foi o pai de Nicole que recebeu a ligação da Pró-Rim dizendo que a filha iria ser transplantada. Ele estava em Joinville e ligou imediatamente para Suzana. “Eu fiquei sem reação, ria, chorava, arrumava as coisas, abraçava a Nicole, enfim. Foi uma carga de emoção incontrolável saber que minha filha poderia ter uma vida normal”, relata Suzana.
Nicole surpreendeu a todos quando chegou ao Hospital São José para fazer o transplante. Mãos no bolso, roupa rosa e uma tranquilidade incrível.
A cirurgia deu certo e Nicole reagiu muito bem. Nos 14 dias de internação Suzana já conseguiu perceber a melhora da filha. Apesar de sempre ter sido uma menina forte, Nicole estava ainda mais animada e não escondia o sorriso de realização por ter conseguido o transplante, mesmo por detrás da máscara de proteção.
Pouco depois de um mês do tratamento ela continua reagindo muito bem. Hoje ela pode assistir TV na sala com os pais e os irmãos, um momento simples que para família tem um significado especial. Nicole continua sendo a melhor aluna da sala como sempre foi. Continua pousando para fotos como tanto gosta. Sua fiel companheira agora, é uma garrafinha de água, a qual ela não larga para nada.
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