JB foi transplantado há 23 anos e não perde o bom humor, vive intensamente o momento e valoriza cada minuto da sua vida.
João Batista do Amaral, o JB, tem 61 anos. É uma figura interessante. Além do bom papo, mantém um visual que atrai atenção pelos brincos argolados, o destacado cavanhaque grisalho e a elegante bengala que o ajuda na locomoção. Mas quem o conhece, fica admirado mesmo, pelo amor incondicional que ele tem pela vida. Naturalmente, ele monopoliza as conversas com alegria e leveza.
JB é transplantado renal há 23 anos. Mesmo com todas as limitações impostas pela doença, não perde o bom humor e o riso fácil. “O que almejo da vida? Nada grandioso, apenas ficar milionário”, brinca o paciente renal, que é divorciado e mora em Paranaguá (PR), na companhia do único filho, que ele chama de “meu cuidador de idoso”. O filho garante só vai se casar se conseguir levar o pai para morar com ele. JB afirma que não aceita essa condição. Por isso, o impasse. O resultado é que eles continuam solteiros e morando juntos, há muitos anos.
Na verdade, João Batista garante que não pensa muito no amanhã. Prefere mesmo é viver o hoje, com simplicidade, um dia de cada vez. “Não projeto nada em prazo acima de um dia. Se o amanhã chegar, estarei preparado e, depois, pronto para o dia seguinte. Mas sempre é isso, viver o hoje plenamente”, filosofa o paciente renal.
Ele conta que a sua vida produtiva sempre foi intensa e trabalhou em diversas atividades, como colono, salva-vidas, motorista de caminhão e até operador de máquinas, em porão de navio. Depois, descobriu a doença renal e se viu obrigado a fazer hemodiálise por nove meses, quando se deu o transplante. “Isso aconteceu numa época em que o transplante não era tão seguro como hoje”, explica João Batista, que se considera um sobrevivente. “A vida me deu outra chance e eu aproveitei da melhor maneira possível. Posso dizer que fui e continuo sendo feliz dentro das minhas limitações”.
JB retorna a Joinville a cada dois meses para a revisão do transplante. Nestas ocasiões, demonstra alegria e gratidão quando o assunto é Fundação Pró-Rim. “Considero essa gente a minha família. Para mim é o núcleo mais importante do mundo. Adoro todos eles, me sinto revigorado ao conversar, rir e interagir, desde a zeladora ao mais alto cargo. Todos têm o mesmo grau de importância para mim. Por isso, sempre que posso, demonstro gratidão e amor, pois eu só continuo vivo pela generosidade dessas pessoas”, reconhece emocionado.
Leo Saballa
13/01/2019
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